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sexta-feira, 11 de julho de 2014

DEZ COISAS A SEREM APRENDIDAS COM O TSUNAMI NO JAPÃO - LIÇÃO DE VIDA PARA O OCIDENTE

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A carta abaixo foi escrita por um imigrante vietnamita que é policial
no Japão (Fukushima). Foi enviada a um jornal em Shangai que traduziu
e publicou. Espero que gostem!

Querido irmão,

Como estão você e sua família? Estes últimos dias tem sido um
verdadeiro caos. Quando fecho meus olhos, vejo cadáveres e quando os
abro, também vejo cadáveres.

Cada um de nós está trabalhando umas 20 horas por dia e mesmo assim,
gostaria que houvesse 48 horas no dia para poder continuar ajudar e
resgatar as
pessoas.
Estamos sem água e eletricidade e as porções de comida estão quase a
zero. Mal conseguimos mudar os refugiados e logo há ordens para mudá-
los para outros lugares.
Atualmente estou em Fukushima – a uns 25 quilômetros da usina nuclear.
Tenho tanto a contar que se fosse contar tudo, essa carta se tornaria
um verdadeiro romance sobre relações humanas e comportamentos durante
tempos de crise.
As pessoas aqui permanecem calmas – seu senso de dignidade e seu
comportamento são muito bons – assim, as coisas não são tão ruins como
poderiam. Entretanto, mais uma semana, não posso garantir que as
coisas não cheguem a um ponto onde não poderemos dar proteção e manter
a ordem de forma
apropriada.
Afinal de contas, eles são humanos e quando a fome e a sede se
sobrepõem à dignidade, eles farão o que tiver que ser feito para
conseguir comida e água. O governo está tentando fornecer suprimentos
pelo ar enviando comida e medicamentos, mas é como jogar um pouco de
sal no oceano.
Irmão querido, houve um incidente realmente tocante que envolveu um
garotinho japonês que ensinou um adulto como eu uma lição de como se
comportar como um verdadeiro ser
humano.
Ontem à noite fui enviado para uma escola infantil para ajudar uma
organização de caridade a distribuir comida aos refugiados. Era uma
fila muito longa que ia longe. Vi um garotinho de uns 9 anos. Ele
estava usando uma camiseta e um par de shorts.
Estava ficando muito frio e o garoto estava no final da fila. Fiquei
preocupado se, ao chegar sua vez, poderia não haver mais comida. Fui
falar com ele. Ele disse que estava na escola quando o terremoto
ocorreu. Seu pai trabalhava perto e estava se dirigindo para a escola.
O garoto estava no terraço do terceiro andar quando viu a tsunami
levar o carro do seu pai.

Perguntei sobre sua mãe. Ele disse que sua casa era bem perto da praia
e que sua mãe e sua irmãzinha provavelmente não sobreviveram. Ele
virou a cabeça para limpar uma lágrima quando perguntei sobre sua
família.
O garoto estava tremendo. Tirei minha jaqueta de policial e coloquei
sobre ele. Foi ai que a minha bolsa de comida caiu. Peguei-a e dei-a a
ele. “Quando chegar a sua vez, a comida pode ter acabado. Assim, aqui
está a minha porção. Eu já comi. Por que você não come”?
Ele pegou a minha comida e  fez uma reverência. Pensei que ele iria
comer imediatamente, mas ele não o fez. Pegou a bolsa de comida, foi
até o início da fila e colocou-a onde todas as outras comidas estavam
esperando para serem
distribuídas.
Fiquei chocado.  Perguntei-lhe por que ele não havia comido ao invés
de colocar a comida na pilha de comida para distribuição. Ele
respondeu: “Porque vejo pessoas com mais fome que eu. Se eu colocar a
comida lá, eles irão distribuir a comida mais
igualmente”.
Quando ouvi aquilo, me virei para que as pessoas não me vissem chorar.
Uma sociedade que pode produzir uma pessoa de 9 anos que compreende o
conceito de sacrifício para o bem maior deve ser uma grande sociedade,
um grande povo.
Bem, envie minhas saudações a sua família. Tenho que ir, meu plantão
já começou.

Ha Minh Thanh


Vejam que interessante - morreram mais de 15 mil pessoas no Japão - em
dois desastres que fazem com que as nossas enchentes sejam coisas
evitáveis (e são, basta as pessoas terem vergonha !).
O que podemos aprender com o Japão?

DEZ COISAS A SEREM APRENDIDAS PELO JAPÃO
1 – A CALMA
Nenhuma imagem de gente se lamentando, gritando e reclamando que
“havia perdido tudo”. A tristeza por si só já bastava.

2 – A DIGNIDADE
Filas disciplinadas para água e comida. Nenhuma palavra dura e nenhum
gesto de desagravo.

3 – A HABILIDADE
Arquitetos fantásticos, por exemplo. Os prédios balançaram, mas não
caíram.

4 – A SOLIDARIEDADE
As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam no momento.
Assim todos poderiam comprar alguma coisa.

5 – A ORDEM
Nenhum saque a lojas. Sem buzinaço e tráfego pesado nas estradas.
Apenas compreensão.

6 – O SACRIFÍCIO
Cinquenta trabalhadores ficaram para bombear água do mar para os
reatores da usina de Fukushima. Como poderão ser recompensados?

7 – A TERNURA
Os restaurantes cortaram pela metade seus preços. Caixas eletrônicos
deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes cuidavam dos
fracos.

8 – O TREINAMENTO
Velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram exatamente o que
lhes foi ensinado.

9 – A IMPRENSA
Mostraram enorme discrição nos boletins de notícias. Nada de
reportagens sensacionalistas com repórteres imbecis. Apenas calmas
reportagens dos fatos.

10 – A CONSCIÊNCIA
Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas recolocavam as
mercadorias nas prateleiras e saiam calmamente.

Muito obrigado pela lição de vida,
Saudades do tempo de caserna. Muita paz e sucesso pra você, família e
prá todo esse povo que não desiste de ser feliz através da dedicação e
de renúncias pessoais em prol do coletivo

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